domingo, 21 de abril de 2024

A SOMA DE TODOS NÓS

 

(RÔ Campos)


Quem viverá

A vida que se tem?

Ninguém!

Deixar fluir

O que há em mim.

Viver é uma dádiva!


Quem viverá

A vida de cada um

A fé

A dor

O amor?

Só se vive o que se é.


Quem viverá

A vida que escolhi,

Os caminhos que eu tracei?

Quem viverá 

Os sonhos que eu sonhei?

Só eu. 


"Sou porque nós  somos"

A soma de todos nós,

As lições de nossos ancestrais.

Raízes fincadas no seio da terra

Que nem a fórceps se arranca:

A história de um povo

Escrita pela soma que somos todos nós. 


@rocampospoesia


terça-feira, 16 de abril de 2024

AS TEIAS DA PAIXÃO

 

(RÔ Campos)


A paixão chegou assim

Avassaladora...mente

Como a onda do mar

Um mar sem fim. 


Quando dei por mim

Tinha me perdido

Nas teias do que julguei fosse amor

Me enganei.


O tempo passou tão ligeiro

Logo a noite chegou

A paixão teve fim

Só lembranças deixou. 


Agora  eu me vejo aqui

Sozinha de novo

Sem saber o que fazer

com o vazio

Que a paixão que se foi me deixou.


@rocampospoesia


quinta-feira, 4 de abril de 2024

AONDE FOI PARAR AQUELA ESTRELA?

 

(RÔ Campos) 


Do céu que desabou

Procuro fazer silêncio,

Para buscar esquecer 

que o ódio venceu o amor. 

Mas  dentro de mim só ouço o barulho

Que  o desgosto me causou. 


O que me resta ainda a sufocar?

O que  esperar  do que não mais se espera?


Sei que ainda há estrelas no céu,

Mas não as vejo mais brilhar. 

E me pergunto,  agora:

Aonde foi parar aquela estrela

Que  na escuridão das noites bailava no céu

a me alegrar?


Tantas batalhas lutamos juntas!

Tantos rios atravessamos em meio a procelas! 

Sonhávamos sonhos que pareciam imorredouros. 


Mas eis que,  num átimo,

Um atalho na estrada nos separou...

Não sei quem mais te roubou de nós,

Além daquela  que não sabe o que é o amor. 


@rocampospoesia

#rocampossobretodasascoisas.blogspot.com

sábado, 30 de março de 2024

LIBERDADE E RENASCIMENTO: O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PÁSCOA

Era madrugada, e eu já estava acordada. Não queria mais saber de Facebook, porque passei o dia inteirinho ontem fazendo postagens diversas. Mas os grilinhos começaram a azucrinar a minha cabeça. Quando liguei o meu NB, na verdade queria escrever sobre a Páscoa, porque era esse assunto que estava na minha mente, mas preferi iniciar com as matérias que já postei. Apesar de não seguir nenhuma religião, entendo a Páscoa como um dos maiores símbolos de liberdade, seja a Páscoa judaica, seja a Cristã. A judaica, retratando a fuga dos hebreus da longa e tormentosa escravidão a que foram submetidos pelos egípcios. A Cristã, contada no Novo Testamento, assentada na ressurreição de Cristo.

O que vimos desde sempre, no mundo, é a humanidade faccionada ou fracionada. Nos últimos tempos, chegamos ao ápice: uma exacerbação ilimitada. 

Limitando-me a discorrer sobre o Brasil, porque o país em que nascemos e vivemos, eu diria que, com o processo democrático que vem lentamente se desenvolvendo a partir de 1985, com o fim da ditadura militar, e agora com o advento das redes sociais, a coisa está realmente escancarada: enfim, graças à democracia, podemos abrir a boca e falar. Mas o que tenho visto e sentido é que as pessoas, tanto comuns quanto públicas, apenas cobram e perseguem seus supostos "direitos" e esquecem os direitos alheios, e também dos deveres que lhes cabem. É mais fácil dividir, no sentido de fracionar, do que somar. Ninguém quer dividir o pão, mas, sim, tê-lo somente para si, e, algumas vezes, para os seus. Apontam os "defeitos" e "pecados" dos outros com um dedo fulminador, e, muitas vezes, invocando o nome de Deus (deles, é claro), atiram pedras como se fossem os paladinos da moral e dos bons costumes, os únicos salvos, criando ilusoriamente em torno de si uma aura de perfeição absolutamente inexistente nessa humanidade muitas vezes perversa, egoísta, indiferente e intolerante. São os donos da verdade...E os outros, aberrações, pecadores indignos do perdão do Homem.

Vivem a invocar Cristo, exatamente na contramão de tudo o que Ele teria ensinado, de tudo o que Ele aqui teria deixado, como nos contam seus discípulos por meio dos Evangelhos. 

E vivem na escravidão de seu próprio ego, sob correntes imaginárias que permitiram fossem colocadas em suas mentes. Não se libertam de suas fraquezas e insurgem-se contra os demais, porque creem que a sua fraqueza é menor - a do outro sempre será imperdoável. E não há fraqueza maior do que a escravidão. E não há bem maior do que a liberdade.

Falta à humanidade exatamente isso: no âmbito da religião, que tanto invocam, chegando às raias da banalização, obedecer incondicionalmente ao primeiro mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo. No âmbito do Direito observar, de olhos bem abertos, e meter de uma vez por todas na cabeça que "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de credo, cor, origem etc.etc.etc.", não esquecendo de  que o seu direito acaba quando começa o direito do outro.


(*) Texto publicado em 30.03.2013

@rocampospoesia

#rocampossobretodasascoisas.blogspot.com

CADA UM POR SI E DEUS POR TODOS NÓS


(RÔ Campos)


Sei que andam dizendo de mim por aí

Pessoas deviam amar muito mais

Deixar a vida dos outros pra lá. 


Cada qual  sabe da sua dor

Do que é melhor ou pior para si

Nunca meta o bedelho onde ninguém lhe chamou

Esse é um bom conselho que eu te dou.


Deixe a vida dos outros pra lá

Cada qual sabe da sua dor

O jogo da vida é simples assim

Cada um por si

E Deus por todos nós. 


@rocampospoesia

INFIDELIDADE

 

(RÔ Campos)


Se eu soubesse 

Naqueles  tempos

Que no futuro

Nada mais seria

Como já foi um dia. 


Se eu soubesse

Que toda uma vida 

Não seria o bastante

Para ter você comigo

Quando a noite desabasse.


Se eu soubesse

Naqueles tempos

Que nos dias mais difíceis

Você me viraria as costas

Me faltaria.


Ah, se eu soubesse!

Eu não sabia

Que um dia de repente tudo mudaria

Quem era antes não é  mais

E eu já nem sei que mundo é esse.


@rocampospoesia


terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

ADVIRÁ?

 

(RÔ Campos)


De onde virá

A luz

A atravessar

A escuridão 

Da noite nebulosa

Que paira sob o céu?


De onde virá

A luz

A iluminar

As horas mortas

Das vias tortas

Necrosadas

De corações  brutos

Mentes doentias?


De onde virá

A força,  a coragem

Para tomar às mãos

A espada

E partir para a luta

Pela sobrevivência

Dia a dia

Todos os dias

Nas guerras  insanas?


De onde virá

Afinal

A solução

A paz

Em um mundo tão louco

Conturbado

Mundo cão

Nessa torre de Babel?